No mundo que nós queremos, cabem todos
(Emiliano Zapata)
Em 10 de fevereiro de 1980, o PT saiu do papel e ganhou as ruas, quando foi aprovado o manifesto da criação do partido, com o apoio dos metalúrgicos do ABC paulista liderado por Lula, dos movimentos sociais, das Comunidades Eclesiais de Base, dos artistas, estudantes e intelectuais.
No início da redação do manifesto, eles demonstraram querer falar por eles mesmos, que a cidadania é uma conquista, através de um projeto nacional democrático e popular: “O Partido dos Trabalhadores nasce da vontade de independência política dos trabalhadores, já cansados de servir de massa de manobra para os políticos e os partidos comprometidos com a manutenção da atual ordem econômica, social e política (...) quer atuar não apenas nos momentos das eleições, mas principalmente no dia-a-dia de todos trabalhadores”.
O PT surgiu dos que não tinham vez nem voz na sociedade brasileira, da luta social contra a vergonhosa Ditadura que “Nunca Mais” irá cercear nossa liberdade política e de expressão ideológica, religiosa, etc. Assim, o PT nasceu de baixo para cima.
Por isso, ao longo desses 31 anos, não foi fácil a trajetória do PT no enfrentamento da política conservadora, oligárquica e do preconceito das elites, de que a classe trabalhadora não tinha a capacidade de governar.
Em seus dois mandatos, Lula, o PT e aliados mostraram que é possível governar para a maioria, crescer economicamente, distribuir renda, cultura e poder com participação popular, aprimorando a nossa democracia. Mesmo não sendo infalível, para muitos historiadores, o PT é um objeto de estudo relevante, pois sua formação deu um rumo distinto a História Política do Brasil nos últimos 30 anos. Hoje, nosso país é elogiado e respeitado pela comunidade e pela Mídia Internacional.
Os elogios também do historiador inglês Eric J. Hobsbawm: “aqui se produziu uma coalizão de governo notável e de sucesso, resultando uma aprovação de 87% no final do governo Lula”.
Sabemos que há muito para fazer, como disse o economista, presidente do Ipea e petista Marcio Pochmann: “O Brasil precisa de uma verdadeira reforma tributária que alivie os pobres e tribute o grande capital, a extensa propriedade, aperfeiçoe e amplie as políticas públicas distributivas”.
Em Toledo, as urnas de 2010 demonstraram a gratidão ao Governo Federal, que enviou nos últimos anos mais de 300 milhões ao nosso município, dando uma expressiva votação aos deputados estaduais e federais do PT, a senadora Gleisi Hoffmann e a primeira mulher presidente da república brasileira, Dilma Vana Rousseff.
Tivemos a honra de participar da posse em Brasília e ouvir de perto as belas palavras da Presidente: “O que a vida quer da gente é coragem... meu compromisso de honrar as mulheres e a democracia”.
A vitória de Dilma representa também a luta árdua das mulheres pela equidade de gênero, no sentido de aprimorar a nossa democracia.
31 anos representa pouco em 511 anos de História oficial, mas suficiente para que o PT revolucionasse a cultura política brasileira e dar ao povo a esperança de uma sociedade melhor.
Por isso tudo e muito mais, é uma história que apenas começamos e fazemos todos os dias, mas que hoje já é orgulho para todos nós.
Toledo, 10 de fevereiro de 2011
Joana Darc Faria de Souza e Silva
Professora de História, pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos, e em Ensino da Cultura, Artes e História Afro-Brasileira e Indígena na Educação Básica. Filiada e militante do PT desde 1989.
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